sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Tardes.



Quando eu penso naquelas crises da adolescência, naquele pessimismo exacerbado tão latente nessa fase, uma das imagens mais recorrentes na minha cabeça é a de uma tarde, lá pelo ano de 2001. Ou da mistura de muitas tardes parecidas, sei lá. Eu só sei que foi naquela época que eu comecei a me afastar dos meus pais, porque ao que me parecia, a gente não tava falando a mesma língua. Eu tinha uma mania de me deitar no chão do meu quarto, no fim da tarde, pra ver aquelas cores lindas que ficam no céu quando o sol tá indo embora. Essa hora era só minha, em que eu tentava pensar em tudo que tava rolando na minha vida. Apesar de, devo confessar, minha cabeça adolescente só me fazer pensar que todo [o] mundo tava contra mim, e que era por isso que tudo tava dando errado... Eu colocava no meu sonzinho um cd do 14 Bis, e deixava a música Todo azul do mar repetir até a minha mãe vir brigar pra eu fechar a janela, senão meu quarto ia encher de carapanã. Sei lá se é por ter mar no meio,mas essa música sempre me lavou a alma. (Ou talvez eu já cultivasse esse hábito de me sentir apaixonada ou sofrer de amores sem ter por quem, não lembro bem).

Eu queria muito ainda ter tempo pra essas tardes. Mas nunca dá...

(Domingo deu, eu tirei uma foto e agora compartilho com vocês)

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